segunda-feira, 1 de setembro de 2008

II Colóquio Festas e Sociabilidades


ATUALIZADO EM 29/08/2008
INSCRIÇÕES ABERTAS
a partir de 01 de setembro na secretaria do Departamento de Antropologia
(informações: 3215 3547),
e na Secretaria do evento (sala 113 do CCHLA) nos dias 10,11 e 12 de setembro.
II Colóquio Festas e Sociabilidades
Grupo de Pesquisa Cultura, Identidades e Representações Sociais (CIRS)/ UFRN
Grupo de Pesquisa Cultura, Arte e Sociedade (CASO)/ CEFET- RN
Dias 10, 11 e 12 de setembro de 2008
Local: UFRN / Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
APRESENTAÇÃO
A festa e as sociabilidades são proveitosos campos de estudos e produções acadêmicas para
a História, Antropologia, Comunicação Social e Turismo. Desta forma, o II Colóquio Festas e
Sociabilidades será a ocasião de retomar uma reflexão já iniciada por especialistas, e ampliar a
discussão para interessados na temática. Em 1996 o Grupo de pesquisa Cultura, Identidades e
Representações Sociais (CIRS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte realizou o Ciclo
de Estudos sobre a Festa, que resultou numa publicação sobre a temática na Revista Vivência
(CCHLA/URFN).
Dez anos depois, em 2006, outra iniciativa (O I Colóquio Festas e Sociabilidades)
possibilitou a articulação de uma rede nacional de pesquisadores sobre a Festa: a Rede em Festa.
Essa Rede visa ser um meio eficiente de comunicação e divulgação de trabalhos de pesquisa,
intercâmbios entre professores, alunos e pesquisadores, apresentação de trabalhos individuais e
coletivos de pesquisa, organização de eventos científicos, etc.
O I Colóquio Festas e Sociabilidades realizado em Aracaju na Universidade Federal de
Sergipe, em 2006, contou com a participação de pesquisadores dos estados de Sergipe, Bahia
Minas Gerais e Rio Grande do Norte, potencializando diferentes implicações epistêmicas,
metodológicas e empíricas inseridas no tema da festa. Assim, o II Colóquio Festas e Sociabilidades
pretende consolidar a perspectiva transdisciplinar e o intercâmbio entre pesquisadores de
diferentes instituições de nível superior. Além disso, visa integrar jovens pesquisadores que vêm
discutindo essa temática.
PROGRAMA
dia 10/09/08
19 hs- Conferência de Abertura: “Sobre festas e rituais: questões para a análise do
comportamento simbólico”
Profa. Dra. Maria Laura Viveiros de Castro (UFRJ)
Local: Auditório da Biblioteca Central Zila Mamede/UFRN
20:30 hs- Coquetel com Feirinha temática de livros: Festas e Sociabilidades
Local: Hall da Biblioteca Central Zila Mamede/UFRN
Dia 11/09/08
08:30 hs: 1ª. Sessão de Grupos de Trabalho (GT 01, GT 02, GT 03, GT 04, GT05 e GT 06)
Local: CCHLA/Azulão e Setor II
14:00 hs- Palesta: “Festas e Políticas Públicas de Cultura: outras intervenções”
Maria do Carmo Conceição Lélis (Gerente de Preservação do Patrimônio Imaterial- Casa do
Carnaval- Prefeitura de Recife/PE)
Local: Auditório Consecão/CCHLA
15:00 hs- Apresentação do Sistema de localização espaço-temporal da festa
Profa. Dra. Tatiana Aires (LAVID/UFPB)
Local: Auditório Consecão/CCHLA
16:00 hs- Vídeo Conferência: “Festas à Brasileira”
Profa. Dra. Rita Amaral (USP)
Local: Auditório Consecão/CCHLA
17:00 hs- “Cenas de bolso”
Grupo Falas e Pantomimas (Cefet/RN)
Local: Auditório Consecão/CCHLA
Dia 12/09/2008
08:30 hs- 2ª Sessão dos Grupos de Trabalho (GT 01, GT 02, GT 03, GT 04, GT05 e GT
06)
Local: CCHLA/Azulão e Setor II
14:00 hs- Conferência de encerramento: " Festa e Sociabilidades: comparações lusobrasileiras"
Profa. Dra. Graça Indias Cordeiro (ISCTE-Lisboa)
Local: Auditório B do CCHLA
15:30 hs- Mostra de documentários “A festa em imagens”
Local: Auditório B do CCHLA
“Festa do sangue” (dir. Artemilson Lima) 8’
“O Maior São João do Mundo” (dir. Luciana Chianca) 18’
“De Outros Carnavais...” (dir. Flávia Pedreira) 12’
“Do Monte à rua” (dir. Artemilson Lima) 4’
“Sangê!” (dir. Luciana Chianca) 8’
16:30 hs- Lançamento de livros:
Local: Auditório B do CCHLA
Elizabeth de Andrade LIMA A Fábrica dos Sonhos: a invenção da festa junina no espaço urbano. 2ª.
Edição, EDUFCG, Campina Grande, 2008.
Marluce Nascimento MENEZES Meu Santo Antônio de Aracajú. Look Gráfica/Facex, Natal, 2008.
17:00 hs- Exposição de Painéis e “Conversa com os Autores”
Local: Hall do Auditório B do CCHLA
17:30 hs- Festa de encerramento
com apresentação do Pagode de Mesa Motiva Samba
Local: Estacionamento do CCHLA
RELAÇÃO DOS GTS E TRABALHOS SELECIONADOS
As comunicações não aceitas para GT podem se transformar em PAINEIS (para a “Conversa com
os autores”, dia 12/09/08- ver programação). Todos os interessados poderão trazer seus Banners
para expô-los, bastando para isso que eles estejam inscritos no evento e entreguem o Banner à
secretaria do evento no momento da Inscrição.
IMPORTANTE: TODOS OS AUTORES- DE COMUINICAÇAO OU DE PAINEL- devem
se inscrever para receber Certificados de "Comunicação em GT" ou de "Expositor
de Painel". Segue mais abaixo nossa proposta de modelo de painéis.
GT 01 FESTAS: DIÁLOGO ENTRE A HISTÓRIA E A ANTROPOLOGIA
Coordenadoras: Lea F. Perez (UFMG) e Flávia Pedreira (UFRN)
1ª. Sessão dia 11/09/08
08:30 às 11:30 -sala C5 -Setor de aulas I I/CCHLA
1) O texto festivo: sous les pavés, la plage
Denise Pimenta (detpimentinha@yahoo.com.br)
2) Religião, festa e ritual: estrutura e evento como agenciamentos
Fátima Regina Gomes Tavares (fattavares@uol.com.br)
3) Dias de festa na cidade: notas etnográficas sobre o ritual do Reinado no centro-oeste mineiro
Rubens Alves da Silva (rrubensil@hotmail.com)
4) O cortejo da virgem
Marcos da Costa Martins ( marcosdezuza@yahoo.com.br)
5) Do ManiCongo aos Reis de Congo: reminiscências do Reinado mineiro
Rafael Barros Gomes (rafamiragem@yahoo.com.br)
6) Da África ao Brasil: elementos históricos co-formadores e estruturantes do congado belo
horizontino
Marcelo de Andrade Vilarino ( marcelovilarino@yahoo.com)
7) Festas e viajantes nas Minas oitocentistas
Léa Freitas Perez (freitasperez@uol.com.br)
2ª. Sessão dia 12/09/08
08:30 às 11:30 -sala C5 -Setor de aulas I I/CCHLA
1) A atualização da tradição e as políticas públicas culturais: O Registro da Festa de Nossa Senhora
do Rosário de Chapada do Norte/MG. Roberto de Moura Fonseca
(roberto.fonseca@iepha.mg.gov.br, robertomourafonseca@gmail.com)
2) Da memória ao folguedo: um mergulho pela história do congado setelagoano e suas festividades
Taís Diniz Garone (thaisgarone@yahoo.com.br )
3) A Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem em festa
Wanessa Lott (wlott@uai.com.br)
4) Tentativas de interdição do Carnaval (1942-1945)
Flávia de Sá Pedreira (flasaped@uol.com.br)
5) Entre danças e lembranças: história e festa junina nos sertões do Seridó
Hugo Romero Cândido da Silva ( hugoromeros@yahoo.com.br)
6) Rituais de cura por curandeiras populares: identificação, representação e transitoriedade
Ana Beatriz Silva Pessoa (ceffetiana@yahoo.com.br, cefetiana5@hotmail.com)
7) Contrafação: pequenos detalhes históricos incidem em grandes mudanças práticas
Euridiana Silva Souza (euridiana@yahoo.com.br)
8) Deuses, mitos e festas: a fronteira entre o sagrado e o profano no Egito Antigo
Josiane Gomes da Silva (narizinhoegito@hotmail.com)
GT 02 – FESTAS E IDENTIDADES: PROCESSOS E TRANSFORMAÇÕES
Coordenadoras: Ladyselma Albernaz (UFPE) e Luciana Chianca (UFRN)
1ª. Sessão- dia 11/09/08: “Temporalidades, historicidades, sociabilidades”
08:30 às 11:30 –Consecão /CCHLA
1. A voz poética do Fandango de Canguaretama-RN: performance, festa e sociabilidade. Ricardo
Elias Ieker Canella (Doutorado PPGCS/UFRN)
2. “Deixe longe o mal olhado. O meu coco é muito bom, digno de ser invejado”. Lucia Helena
Barbosa Guerra (Mestrado PPGA/UFPE)
3. O líder e a tradição: discurso autoridade nas novas configurações festivas. Christiane Rocha
Falcão (Mestrado PPGA/UFPE)
4. “Samba nego, branco não vem cá, se vier, pau há de levá”: o confronto identitário na festa do
Lambe sujo de Laranjeiras/SE. Mesalas Ferreira Santos (Mestrado em Sociologia/UFS)
5. Identidade, dádiva e pessoa em torno da festa da “meladinha” na cidade de Aracaju (SE).
Wellington de Jesus Bomfim (Mestre em antropologia social/UFRN)
6. No São João estaremos aí: a contribuição teórica da noção de performance para pensar o
retorno dos migrantes nordestinos durante as Festas Juninas. Greilson José de Lima.
(Doutorado PPGA/UFPE)
7. Anavantus e anarriês no Arraial da Capital: reflexões sobre a categoria tradição a partir das
quadrilhas juninas do Recife-PE. Hugo Menezes Neto (Mestre em antropologia/UFPE)
8. A ciência está em festa: aprendendo com a religiosidade norte-rio-grandense num espaço de
devoção e lazer. Elaine Cristina Alves da Costa Savalli (Doutorado PPGCS/UFRN)
2ª. Sessão- dia 12/09/08: “Relações, posições, espaços e fronteiras”
08:30 às 11:30 – Auditório B (Azulão /CCHLA)
1. Congado mineiro: espaço da identidade e educação da cidadania. Sonia Cristina de Assis
(Mestrado em Educação, Cultura e Organizações Sociais/FUNEDI/UEMG)
2. O Candomblé Angola na praça: colóquios da resistência. Ivete Miranda Previtalli (Doutorado
PPGCS/PUC-SP)
3. O processo de construção de identidades negras nas práticas discursivas dos sambas enredos
africanos. Ageirton dos Santos Silva (Doutorado PPG Estudos da Linguagem/UFRN –
Professor CEFET/PB)
4. Carnaval do Recife: os muitos sentidos de uma festa. Eduardo Pinheiro (Mestrado
PPGA/UFPE – Casa do Carnaval/Prefeitura do Recife)
5. Carnaval do Recife: memória, tradição e identidade cultural. Cristiane Maria Nepomuceno
(Professora UEPB/Campus I)
6. A configuração “Palco” e suas contribuições para distinção social em festas urbanas na Paraíba.
Giancarlo da Silva Galdino (Mestrado em Ciências Sociais/UFCG)
7. A representação sobre o cotidiano, identidade e memória no Bairro Santo Antônio a partir das
festas de Santo Antônio e Bom Jesus dos Navegantes na cidade de Aracaju. Marluce
Nascimento Meneses (FACEX/RN)
8. Festejar o passado: a escrita da história de Natal nas comemorações do quarto centenário da
cidade. Wesley Garcia Ribeiro Silva (Mestrado PPGH/UFRN) e Ana Maria do N. Moura
(graduação em História/UFRN)
9. Festa e identidade social. André Luiz Piva de Carvalho (Professor UFPB/João Pessoa –
UFBA)
GT 03- FESTA E COTIDIANO
Coords: Eufrázia C. M. Santos (UFS) e Maria Isabel Dantas (CEFET/RN)
1ª. Sessão- dia 11/09/08: “Cotidiano e sociabilidades festivas”
08:30 às 11:30 – Auditório A (Azulão /CCHLA)
1. A festa do chouriço: o sabor do sangue no Seridó potiguar. Maria Isabel Dantas ( CEFET/RN)
2. Festa do Pacará: uma rede de sociabilidade. Marilu Albano da Silva, mestranda
(PPGAS/UFRN)
3. A festa é para todos: (Re)visitando a Festa de Nossa Senhora dos Remédios (Cruzeta/ RN)
através da relação entre festa, cotidiano e práticas religiosas. (Edivalma Cristina da Silva UFRN/
PGCS)
4. Entre foliões e congadeiros: perspectivas de fé e religiosidade no cotidiano festivo da
Irmandade do Rosário de Justinópolis. Juliana Aparecida Garcia Corrêa (UFMG)
5. Boieiros de um terreiro de assentados: tradição, reatualização e identidades camponesas. Gilvan Sousa
dos Santos e Maria Dione Carvalho de Moraes (UFPI)
6. A cidade em festa: vida cotidiana e práticas socioespaciais em Caicó/RN (1950/1960). Marcos
Antônio Alves de Araújo (PPGE/UFRN)
2ª. Sessão- dia 12/09/08: “Festa, cultura e lazer”
08:30 às 11:30 – Auditório A (Azulão /CCHLA)
1. O Festival do Jegue na cidade de Itabi/SE: cotidiano, festa e lazer.
Beatriz Resende Santana e Eufrázia C. Menezes Santos (UFS)
2. Aventura da festa na cidade: uma abordagem etnográfica das raves na Grande Fortaleza.
Jefferson Veras Nunes (FUNCAP)
3. “A taça do mundo é nossa”: Festa e Superstição no país do futebol.
Bruno P. Meira ; Daniel A. de França ; Maria C.L. de Oliveira; Wallas J. de Lima
4. O São João de Paz e Amor em Areia Branca/SE: notas etnográficas.
Liana Matos Araújo (UFS)
5. Boate Vogue: uma festa de exaltação na cidade do Natal-RN
Janile Rejane Arruda dos Santos e Rodrigo Severo dos Santos (CEFET/RN)
6. Sociabilidades e Performances na festa do Lambe-sujo de Laranjeiras/SE. Mesalas Ferreira
Santos (NPPCS/UFS)
GT 04- FESTAS, ESPETÁCULOS E COMUNICAÇÃO
Coordenadores: Bruno C. Cavalcanti (UFAL) e Luis Custódio da Silva (UEPB)
1ª. Sessão- dia 11/09/08
08:30 às 11:30 –Auditório C (Azulão /CCHLA)
1) Espetacularização da cultura na metrópole: estudo de caso sobre as representações do congado
em B. Horizonte- MG. Antonielle P. da Cunha (Geografia – UFMG) antoniellep@yahoo.com.br
2) Reflexões sobre a festa da lavadeira. Priscilla Barbosa da Silva
pryxylasilva@hotmail.com
3) Quem são os donos da festa? Yuri Noberto (UFS) yurinorberto@hotmail.com, David Barreto
(UFS) Davidjs84@hotmail.com
4) As formas do travestimento contemporâneo: uma etnografia do Bloco As Pecinhas de Maceió.
Brunno Rodrigues Lima (Ciências Sociais–UFAL). brunnoguees@yahoo.com.br
5) Carnaval, imprensa e mediação social. Bruno César Cavalcanti (UFAL). bcc32@hotmail.com
2ª. Sessão dia 11/09/08
08:30 às 11:30 –Auditório C (Azulão /CCHLA)
1) A encenação do poder na festa do Maior São João do Mundo: uma etnografia do “casamento
coletivo”. Elizabeth C. de Andrade Lima (UFCG) ecalima@terra.com.br
2) A festa junina no Nordeste: no limiar entre produto e tradição (re)significada. Cristiane M.
Nepomuceno (UEPB/ Campina Grande) crismarianepomuceno@hotmail.com
3) Produção e consumo no Maior São João do Mundo. Zulmira Silva Nóbrega (UFPB - João
Pessoa) zulmiranobrega@uol.com.br
4) Que festa é essa? Analisando as festas juninas de Caruaru e Campina Grande das revistas de
turismo. Priscilla C. Leite Marques priscillaclm@gmail.com
5) Os festejos juninos no contexto da sociedade midiatizada na Paraíba: resistência, memória e
novas ressignificações. Custódio da Silva (UEPB), custodiolcjp@uol.com.br e Zuila David
(UEPB) zuiladavid@gmail.com
GT 05: FESTAS RELIGIOSAS, PATRIMÔNIO E TURISMO
Coordenadores: Luis Antônio Oliveira (UFPI) e Maria Lucia Bastos (UFRN)
1ª. Sessão dia 11/09/08
08:30 às 11:30 -sala C6-Setor de aulas I I/CCHLA
1. Redes de Sociabilidades e a Transmissão de Saberes nas Festas Comunitárias. Valdir Jose Morigi
(Prof. da FABICO/ UFRGS) e Karin Menoncin (bolcista de IC da UFRGS)
2. Festa de São José: Tradição e patrimônio cultural de Carnaúba dos Dantas. Helder Alexandre
Medeiros de Macedo
3.Santo de casa faz milagre: desenvolvendo o local a partir da devoção a oragos populares. Irene
de Araújo van den Berg
4.Arquitetura religiosa como veículo impulsionador da sociabilidade e do turismo: igreja de Santa
Rita de Cássia - Pedro Velho/RN. Maria Raquel Galvão Leite
5. As festas e o patrimônio cultural em Minas Gerais, o caso da Festa de
Nossa Senhora do Rosário de Chapada do Norte. Roberto de Moura Fonseca
6. A presença das festas religiosas e do turismo cultural nas discussões
sobre o Plano Nacional de Cultura. Pedro Junqueira Pessoa
2ª. Sessão dia 12/09/08
08:30 às 11:30 -sala C6 -Setor de aulas I I/CCHLA
1. Uma cidade em festa: Currais Novos e a celebração da Festa de Sant’Ana em seus 200 anos de
história. Ana Nery Silva de Oliveira
2. Com a bênção dos santos, a interface entre sagrado e profano nas festas joaninas em Campina
Grande. José Enilson Fernandes e Luiz Rivadávia Prestes Almeida
3. O imaginário no Reinado de Nossa Senhora do Rosário em Belo Horizonte/MG. Vânia
Noronha (Doutora/Universidade Fumec/PUCMinas)
4. Ritos dos penitentes de São Francisco: tradição e sacrifício no ciclo pascoal. Luciano Souza dos
Santos (UFS)
5. As narrativas do circuito “neo-esô”: Os sentidos de festejar e de pertencer nas “comunidades
sem essência” da nova era a partir da dádiva. Amurabi Pereira de Oliveira (CEFET- Petrolina)
GT 06: AS ETNIAS E SUAS FESTAS
Coordenadoras: Eliana Quirino (Cefet/RN) e Julie Cavignac (UFRN)
1ª. Sessão dia 11/09/08
08:30 às 11:30 –Auditório Consequinho /CCHLA
1. “As festas entre os Truká”
Mércia Rejane Rangel Batista (profa. UFCG)
2.“A árvore mãe: a festa da carnaúba e a configuração da etnicidade Tapeba”
Rita Gomes do Nascimento (Doutoranda do PPGEd/UFRN; Bolsista da FUNCAP; Técnica em
Educação na equipe de Educação escolar Indígena da SEDUC)
3. “Festa Cabocla e identidade étnica na Comunidade de Mirandas, Carnaúba/RN.
Susana Rolin Silva (UERN)
4. “Encantos, simbologias, magias e crendices: saberes dos povos da floresta acreana”
Elane Andrade Correia Lima (Cefet/RN)
INSTRUÇÕES PARA APRESENTAÇÃO DE PAINÉIS
Cada expositor deverá trazer seu painel pronto e entregá-lo à secretaria do evento no momento
de sua inscrição. A secretaria se encarregará de expô-los.
Sugerimos o seguinte conteúdo do painel:
1.1. Título do trabalho (escrito com letras maiúsculas);
1.2. Autor;
1.3. Instituição do autor;
1.4. Agência de fomento da pesquisa (se houver);
1.5. Objeto e objetivos (visão geral sobre a pesquisa com definição clara do objeto e dos
objetivos);
1.6. Metodologia (dar uma idéia compacta da metodologia ou forma de abordagem da pesquisa e
suas fontes);
1.7. Resultados e conclusões (indicar os principais resultados e conclusões obtidas, de acordo com
os objetivos propostos);
1.8. Referências bibliográficas (informar apenas as diretamente ligadas ao assunto);
2. O Tamanho do painel não deve ultrapassar 1,0m de largura por 1,0 m de altura.
3. Utilizar uma fonte simples e de fácil leitura.
4. É de inteira responsabilidade dos expositores o financiamento e a
confecção de seu painel que será recolhido e devolvido ao expositor no final do evento.
TRABALHOS ACEITOS PARA GT
Os trabalhos aceitos para GT deverão ser enviados para o e-mail cirs@cchla.ufrn.br,
em versão completa para eventual publicação até o 10 de setembro de 2008, segundo as
normas abaixo:
Nome completo do autor e co-autores e nome GT em que foi apresentado o trabalho
Anexar ao e-mail a comunicação completa em Word.
Formatação dos trabalhos:
Máximo de 20 páginas (contando folha de rosto e referências bibliográficas)
Salvar em arquivo Word (Doc)
Tamanho de folha A4
Times New Roman tamanho 12
Espaçamento 1,5
Títulos em tamanho 16, subtítulos em 14
Destaques em negrito
Imagens unicamente em JPG
Notas de rodapé unicamente para trazer esclarecimentos e acréscimos de informação.
Comissão Organizadora:
Elane Simões (CEFET/RN)
Eliana Quirino (CEFET/RN)
Julie Cavignac (UFRN)
Luciana Chianca (UFRN)- coordenação geral
Maria Isabel Dantas (CEFET/RN)
Maria Lúcia Bastos (UFRN)
Marluce Nascimento Menezes (Facex/RN)
INFORMAÇÕES:
www.cchla.ufrn.br/2festas ou pelo mail: cirs@cchla.ufrn.br
APOIO UFRN:
Pró-Reitoria de Extensão, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
Departamento de Antropologia
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento de Ciências Sociais
Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Riograndenses
Oficina de Tecnologia Educacional
Superintendência de Informática e Cooperativa Cultural da UFRN
APOIO EXTERNO: Facex/ RN

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Postado por Luciana Chianca no Luciana Chianca em 9/01/2008 07:32:00 AM

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Artigo « Quadrilhas juninas » (2001)

« Quadrilhas juninas »

in : Galante n°1, ano 3, volume II, junho 2001. Fundação Hélio Galvão, Natal.

Luciana Chianca

Professor Adjunto

Depto. de Antropologia/ UFRN

Dançar quadrilha é uma das atividades mais divertidas da festa junina, e quem já dançou e dança sabe do que é que estamos falando!

Dentre as várias danças ligadas ao ciclo de São João no Nordeste algumas são dançadas o ano todo como o forró, o côco de roda, as cirandas, e o bumba-meu-boi, mas a quadrilha se destaca de todas elas porque só é apresentada nessa época. Outro aspecto interessante é que ela se tornou uma espécie de símbolo da festa. Falar em festa junina no Nordeste e esquecer as quadrilhas é como falar em carnaval e esquecer o frevo e o samba!

“De onde vem o baião?”, perguntou Gilberto Gil, ao que ele mesmo respondeu : “vem debaixo do barro do chão”. E as quadrilhas, de onde vem?

Originária de uma contradança de mesmo nome trazida ao Brasil pela corte imperial portuguesa, ela teve suas figuras e passos modificados ao longo do tempo e dos lugares em que ia sendo executada. Ao princípio eram quatro ou oito casais que se organizavam em duas filas uma frente à outra, com as quatro extremidades formando um quadrado, daí seu nome francês « quadrilles » (em espanhol é « cuadrilhas », e em italiano é « quadriglia »).

As quadrilhas pertencem às « danças baixas » que tem esse nome porque nela os casais fazem pequenos gestos cerimoniosos com os braços e pernas e quase não levantam os pés, evitando movimentos bruscos. Nobre e cortês na origem, a quadrilha se tornou uma dança e um espetáculo popularizado e reinventado. Hoje a quadrilha marca as festas de São João de todo país, tanto no interior quanto na cidade.

As descrições dos viajantes da época do Brasil colonial apresentam as quadrilhas como danças praticadas nos salões ricos da corte tanto na cidade quanto no campo. Elas nos falam de um D. Pedro II muitíssimo apreciador de quadrilhas que ele dançava na fazenda do Barão de Muriaé ou nos bailes solenes da Câmara Municipal do Rio. No mês de agosto de 1852, numa grande festa por ocasião do encerramento dos trabalhos do Senado, Vossa Magestade teria dançado pelo menos nove das dez quadrilhas propostas.

Numa nota de um jornal paulista datada do dia 16 de fevereiro de 1860, promete-se um baile de carnaval onde um «conjunto musical tocará alegres quadrilhas». A dança já era então popularizada e conhecida dos leitores. Também percebemos por essas fontes que a quadrilha não era considerada exclusiva do período junino: nas festas acima citadas vemos que elas são dançadas em agosto e fevereiro.

A quadrilha se democratizou até se tornar hoje uma dança de todos, da cidade e do interior, dos ricos e dos menos abastados. Esse caminho pode ser compreendido se nos já sabemos que uma vez chegadas à corte do Rio de Janeiro as quadrilhas se disseminaram, entrarando nos ricos salões de Salvador, Recife e São Paulo, e isso nas suas várias versões : « quadrilha de Julien », « quadrilha de Munsard », francesa, diplomática , napolitana, de lanceiros e quadrilha scottish.

As danças dos nobres se tornam burguesas e assim se iniciou a sua popularização, que no caso da quadrilha repete um processo frequente na história e que a Europa conheceu no século XVI quando as danças palacianas restritas às cortes e à aristocracia se transformaram em « danças de salão », da alta e média burguesia.

No Brasil ocorreu o mesmo fenômeno, com o conjunto da população urbana e rural menos privilegiada reproduzindo à sua maneira a dança das classes altas. Tudo nos leva a crer que a quadrilha era a dança preferida da Corte portuguesa e conheceu um franco sucesso no período imperial. Num baile promovido na última fase da monarquia brasileira, todos os convidados dançaram valsas, mazurkas e gavottes, mas a festa alcançou o seu auge quando tocaram as primeiras batidas do ritmo anunciando a quadrilha, quando todos « em pares, alinhados nos « an avant! », nas « grandes chaînes ! », se agitando febris e saltitantes nos galopes (iam) nos zig-zags a perder o folêgo, e nos « chassés-croisés ».

Mas por que e como essa dança se tornou uma importante referência da « festa do interior » ?

O que explica esse deslocamento simbólico é o fato político e cultural da mudança de poder e de mentalidade do Brasil republicano, quando os costumes do período colonial e imperial foram desprezados pelos barões e pelas camadas burguesas urbanas e citadinas. Foi provavelmente nesse momento que a quadrilha foi abolida das festas dos ricos das cidades, mas continuou a ser dançada pela população mais distante dos grandes centros urbanos, os « interioranos », geograficamente ou simbolicamente defasados com suas danças que os novos poderosos consideravam « fora de moda ».

O que é curioso é que até hoje os dançarinos de quadrilha se fantasiam de homens do interior de uma forma pejorativa e caricatural: o citadino constrói uma imagem depreciada dos rurais, o que revoltou e continua revoltando muitas pessoas que vêem nisso um sinal de inferiorização dos homens do campo.

O que hoje conhecemos como quadrilhas tradicionais são essa versão da dansa nobre na origem, que se tornou popular, exclusiva da festa junina e associada ao mundo rural.

Neste modelo de quadrilha duas filas de casais se alinham frente a frente seguindo as ordens do animador da quadrilha (o puxador) em passos pré-estabelecidos e fazendo uma sequência de passos ensaiada antecipadamente ou não. Essas duas filas não competem entre si, mas compõem um conjunto onde as evoluções conhecem uma ordem própria e um conjunto bem harmonizado.

A música pode ser elétrica ou acústica e segue um ritmo quaternário. Para dançá-la é necessário além de música adequada, uma boa quantidade de dançarinos, bastante espaço e muita animação!

Os dançarinos das quadrilhas são todos « matutos », reunidos para um casamento na roça, onde se representa um casamento (quase) forçado de um matuto que engravidou a noiva e que tenta fugir, mesmo na presença das autoridades religiosas e da lei. O pai da noiva consegue capturá-lo nas suas tentativas desesperadas de fuga, mas os convidados se deliciam escutando o diálogo entre ele, o pai da noiva, o padre, o delegado e a noiva. É um texto bastante malicioso que mostra um pouco as tensões e conflitos em jogo nesse casamento. Mas afinal tudo termina bem, e « Viva os noivos ! ! ! ».

A quadrilha é então o baile da festa de casamento dos noivos, que são os personagens principais da quadrilha, junto com o padre e o juiz (ou policial). Ela também pode ocorrer sem um casamento matuto, mas já em 1843 foi descrita como uma das danças de uma festa de casamento.

Dançadas durante todo o período junino (que começa na véspera de Santo Antônio, passa por São João e vai até o dia de São Pedro), as quadrilhas reafirmam laços sociais importantes, como a vizinhança, a família, o trabalho ou a escola, colaborando para manutenção de redes sociais fundamentais aos grupos envolvidos. Em torno da quadrilha se organiza também uma vasta rede de especialistas: dançarinos, puxador, costureiras para as « fantasias », coreógrafos para as sequências, músicos, sonoplastas, iluminadores, etc.

Em geral, uma quadrilha se identifica a um arraial ou a uma rua, um bairro, uma escola, um local de trabalho. Seus nomes são criativos e às vezes de duplo sentido sexual, mas também há sátiras políticas e podem ter nomes do seu puxador, do bairro, da rua onde se constituíram.

Se como vimos, as quadrilhas vem sendo modificadas e reinventadas desde sua chegada ao Brasil ainda no século XIX, nós também podemos constatar que elas continuam mudando, mostrando assim que são uma tradição popular de vitalidade e vida longa !

Hoje a cidade de Natal conhece dois modelos fundamentais de quadrilhas; mas matutas que são próximas da forma mais tradicional, e as quadrilhas estilizadas. Ambas tem a base comum que é a norma da quadrilha matuta, mas a quadrilha estilizada traz muitas modificações que ela acrescenta à essa base. Nela há uma maior liberdade de coreografia e novos passos são constantemente acrescentados. Na vestimenta, as quadrilhas matutas trazem « matutos » rasgados e remendados enquanto as estilizadas apresentam «dançarinos » de roupas bem cortadas e inspiração americana.

Muita coisa poderia ser dita sobre esses dois modelos de quadrilha, mas já podemos avançar que se muitas continuam sendo dançadas somente como fonte de prazer estético e lúdico, há também competições e concursos em que elas se apresentam em categorias diferentes: « matutas » ou « estilizadas ». Esses concursos são excelentes ocasiões para percebermos como essa dança é uma importante referência da festa e se tornou um espetáculo à parte: bastante disputados, eles atraem muitos expectadores em suas várias fases eliminatórias e final.

É nessa ambivalência do tradicional e da sua atualização que a quadrilha segue sua história na cidade de Natal. Seria inútil tentar estabelecer um critério de autenticidade ou de valor para uma dança que é expontânea e tão intensamente vivida por todos… O tradicional e sua atualização encontraram seu espaço nas quadrilhas juninas em Natal mostrando que na realidade eles não são antagônicos, opostos nem inimigos. Cada modelo apresenta uma versão diferente dessa tradição, que chegou até nos como uma dança estrangeira e importada e hoje faz parte indiscutível da nossa cultura, uma dança junina « tão nossa»…

Seguindo as ordens dos puxadores (ou marcadores) que comandam os passos e as evoluções das quadrilhas, escutamos nas frias noites de junho um francês deliciosamente reinventado : anavantu! anarriê! balancê! e sangê!, e imaginamos D. Pedro II vestido de matuto num arraial da cidade, chapéu de palha, cachimbo e calça jeans remendada …

Bordeaux, abril de 2001.